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Cap. 68

Ilustração com um fundo vermelho ao centro, mesclando-se até ficar preto nas bordas. Duas silhuetas localizam-se na parte central, è direita, um homem gordo, com bigode ruivo e usando chapéu aponta um rifle de dois canos para a frente. à esquerda, um homem menos e mais magro, usando chapéu e com longos cabelos ruivos emranhados aponta um rifle de cano único para a frente.

— Você sabe o caminho até a aldeia? – pergunta o padre, cansado de bater o períneo no lombo de seu cavalo enquanto segue Lucretia.

Lucretia, evitando reconhecer que está perdida: — É difícil se localizar à noite.

Ela para o cavalo e sugere: — Vamos esperar amanhecer. Será melhor que vejam a gente chegando.

Padre: — Claro! Assim poderão nos acertar de longe. Mas, a pressa é sua.

Eles seguem até um riacho e descem dos cavalos, que começam a beber água.

— Vou procurar algo que queime e fazer uma fogueira. – diz Westwood, seguindo rumo à escuridão.

— Que tal pegarmos um peixe, para levar como oferta de paz? – provoca mais uma vez Lucretia, apurada para achar um lugar para urinar.

Já não é mais tão fácil fazer isso como antigamente. São muitas camadas a mais de roupas para se desvencilhar até conseguir aliviar a bexiga espremida pelo espartilho.

Ela retira seu coldre, o cinto com balas, seu outro coldre e finalmente consegue começar a erguer seu vestido quando ouve um estalo. Como um galho pisado.

Ela solta o vestido e verifica se é o padre voltando: — Veio me espiar?

Para sua surpresa, depara-se com dois homens apontando rifles para ela

— Ocê vem c’oa gente dona. – diz o homem mais gordo.

Ela olha suas armas no chão, mas a voz aguda do outro homem a adverte: — Mió nem pensa nisso. Se acha que num vamo te mata por ser muié, vê só o que já fizemo c’o padre que achamo.

Eles se movem para o lado, sem baixarem as armas, e Lucretia pode ver o corpo de Westwood caído e amarrado.

— Vocês mandam. – aceita ela, sem melhores opções no momento.

O gordo volta a falar: — Nóis vamo nos seus cavalo. Ocê vai arrastando o padre.

— Com cuidado! – avisa o homem de voz aguda. — Não vai enchê ele de terra e pedra.

Lucretia se afasta de suas coisas e segue em direção ao padre. Talvez ele tenha alguma arma escondida, mas tudo que ela encontra é um homem desacordado, ensanguentado e com um calombo no lado direita do rosto.

— Para que lado nós vamos? – pergunta ela, ao que o homem gordo, já montado em seu cavalo, indica a direção apontando com o rifle.

— Não querendo abusar - continua ela, ainda espremida pelo espartilho. — Mas posso, pelo menos, terminar de mijar antes de começarmos a andar?
 

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